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Charge para a coluna et cetara 23/02/11 - Jornais Jornais Tribuna do Paraná, Paraná Online e O Estado do Paraná Online

"O Kadafi paranaense"

 

Os trágicos acontecimentos nos países árabes, em especial os atuais, na Líbia, com mais de duas centenas de mortos, nos fazem lembrar fatos registrados no nosso próprio quintal. Não, caro leitor, por aqui não houve mortandade desenfreada. A ditadura a que nos referimos foi outra e, felizmente, restou sepultada. Hoje os libianos eclodem um levante para derrubar um manipulador sanguinário, que há 42 anos dita regras no seu país. Que tenta influenciar negativamente outras nações árabes. Que não abre mão de benesses particulares, incluindo amigos mais próximos, que rastejam aos seus pés, e familiares obedientes. Que domina a máquina pública com mão de ferro e senso contaminado pelo ódio. E tudo isso em nome de uma bandeira furada, que ele chama de socialismo islâmico. Qualquer semelhança entre o Kadafi de lá, o Muamar, e o daqui, o Roberto, não é mera coincidência. E virou apelido.

 

Na mosca

 

Conhecido empresário paranaense acertou em cheio ao estabelecer a ligação. Há vários anos passou a chamar Requião de Kadafi. O atual senador, certamente, sabe bem quem é o autor da séria brincadeira. A alcunha, nada carinhosa e de extremada acidez, passou a ser declamada inclusive em público, na presença do ilustre ex-inquilino do Canguiri. Os áulicos freqüentadores das rodas requianistas sabem bem disso.

 

Fantasia

 

Os comparativos possíveis são variados. A começar pelas maneiras extravagantes de se vestir. O libiano abusa das cores. Adora dourado. Cavanhaque mal-cortado, óculos escuros e chapéu completam a fantasia. Traje usado para recepção de chefes de estado, diga-se de passagem. Nas cerimônias internas, uniforme militar fartamente adornado por medalhas e até fotografias. O cara realmente não tem senso de ridículo.

 

Semelhanças

 

E o Kadafi paranaense? Como esquecer do jaquetão azul? Símbolo da sua desastrosa administração. Calça jeans, sempre surrada, e sapatênis sempre foram sua vestimenta preferida. Cansou de participar de audiências oficiais vestido desta maneira, numa clara demonstração de falta de respeito a autoridades e instituições.

 

Sem noção

 

Na Líbia a revolução kadafiana se pauta pela defesa de um chamado socialismo islâmico. Mistura de política com religião que só pode dar certo na cabeça de tiranos com má-intenção, sobre um povo sofrido e desprovido de informação. Interpretação semelhante pode-se fazer do uso que o Roberto sempre fez da Carta de Puebla. Resultado da III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, presidida pelo Papa João Paulo II, o documento, usado politicamente, se desvirtuou. Virou fanfarronice, no melhor estilo “façam o que eu digo, e não o que eu faço”.

 

Sem dó

 

Por fim, a sanha de atirar contra aliados. Transformar amigos em inimigos integra a lista de vaidades dos tiranos. Os dois aqui citados são campeões nisso. O Kadafi de lá chega ao limite de bombardear seu povo. O daqui insulta agricultores, espezinha policiais e agentes, discrimina homossexuais. De parabéns está o empresário que sugeriu o apelido. Acertou em cheio!

 

www.oestadodoparana.com.br

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Uploaded on February 23, 2011
Taken on February 22, 2011